HISTOPLASMOSE
Etiologia
A histoplasmose humana compreende a histoplasmose clássica, ou doença de Darling, causada por Histoplasma capsulatum var. capsulatum,
e a infeçao devida Histoplasma capsulatum
var. duboisii, vulgarmente designada por histoplasmose africana.
1-
Histoplasma
capsulatum var. capsulatum
A
Histoplasma capsulatum var. capsulatum encontra-se
nos climas tropicais do globo, especialmente na América Latina, no Japão,
sudeste asiático, onde inclui Índia, Tailândia, Malásia, Indonésia e Singapura.
Na Europa, a maioria dos casos são importados.
Sendo uma saprófita da natureza, com
predomínio em solos ricos em guano. A contaminação do Homem é feita pela
inalação dos esporos.
A primeira fase da doença caracteriza-se
pela presença de lesões pulmonares. Nesta primo-infeçao pulmonar, normalmente
assintomática, as lesões acabam por calcificar. O fungo pode difundir-se por
via hematogénea e dar origem a histoplasmose generalizada, que se traduz por
lesão pulmonar grave, lesões digestivas e ulcerações da mucosa bucal, da
laringe e faringe. A ausência
de tratamento em idosos e indivíduos imunodeprimidos pode ser fatal.
2- Histoplasma capsulatum var. duboisii
A
H. capsulatum var.duboisii ocorre na
África Equatorial, entre os paralelos +20º e -20º, onde a infeção é endémica.
Daí ter a designação de histoplasmose africana.
O seu habitat natural e a sua porta de
entrada para o ser humano é desconhecido. Normalmente a infeção é localizada,
podendo se apresentar sobre a forma cutânea, óssea e ganglionar. A sua
disseminação é rara.
Sinais e sintomas
Geralmente, os infectados não apresentam
nenhum sintoma. Contudo, quando existem, podem adoptar diversas formas: a forma
aguda primária, a progressiva disseminada e a crónica cavitária.
Na forma aguda primária, os
sintomas costumam aparecer no 3º a 21º dias depois de uma pessoa inalar os
esporos do fungo. Os sintomas vai desde o mal-estar a ter febre e tosse. Eles
desaparecem habitualmente sem tratamento em duas semanas e poucas vezes duram
mais de seis semanas. Esta forma de histoplasmose raramente se revela mortal.
A forma progressiva disseminada
normalmente não afecta os adultos saudáveis. Em geral ocorre em crianças e pessoas
cujo sistema imunitário é deficiente (como os que sofrem de SIDA). Os sintomas
podem aparecer muito lentamente, ou então de forma extremamente rápida. O
fígado, o baço e os gânglios linfáticos podem aumentar de tamanho. Com menos
frequência, a infecção produz úlceras na boca e nos intestinos. Em casos raros,
as glândulas supra-renais são afectadas, causando a doença de Addison. Sem
tratamento, a histoplasmose progressiva disseminada é mortal em 90 % dos casos.
Mesmo recebendo tratamento, os doentes de SIDA podem morrer rapidamente em
virtude desta infecção.
A forma crónica cavitária é uma
afecção pulmonar que se desenvolve progressivamente ao longo de várias semanas,
causando tosse e uma dificuldade cada vez maior em respirar. Os sintomas
compreendem perda de peso, sensação de doença (mal-estar geral) e febre
ligeira. A maioria dos doentes recupera sem tratamento em dois a seis meses.
Contudo, as dificuldades respiratórias podem piorar gradualmente e alguns
doentes podem expectorar sangue, por vezes em grandes quantidades. A lesão
pulmonar ou a invasão bacteriana dos pulmões pode finalmente causar a morte.
Diagnóstico e tratamento
Para estabelecer o diagnóstico, o médico
obtém amostras da expectoração, dos gânglios linfáticos, da medula óssea, do
fígado, das úlceras da boca, da urina ou do sangue do doente. As amostras são
enviadas a um laboratório para cultura e análise.
Na histoplasmose aguda raramente necessitam de tratamento farmacológico.
Contudo, as que manifestam a forma progressiva disseminada costumam responder
bem ao tratamento com anfotericina B, administrada de forma endovenosa ou com
itraconazol por via oral. Na forma crónica cavitária, o itraconazol ou a
anfotericina B podem eliminar o fungo, ainda que a destruição causada pela
infecção deixe tecido cicatricial.
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