Linfocutânea
Etiologia
É causada por Sporothrix
schenkii, um fungo dimórfico, omnipresente no solo e na vegetação em
decomposição.
A infecção causada por este organismo
é crónica e caracterizada por lesões nodulares e ulcerativas que se desenvolvem
junto aos vasos linfáticos que drenam o sítio primário da inoculação. A
disseminação a outros locais como ossos, olhos, pulmões e sistema nervoso
central é extramente rara.
A esporotricose é, geralmente,
esporádica e muito comum em climas mais quentes. As principais áreas conhecidas
de endemicidade actual estão no Japão e na América do Norte e do Sul,
especialmente no México, Uruguai, Brasil, Peru e Colômbia.
Os surtos de infecção estão
relacionados com o trabalho em floresta, em minas e jardinagem.
Imagens
Aspecto visual de uma micose causada por Sporothrix schenkii no braço
Sinais e sintomas
Uma
afecção da pele e dos vasos linfáticos próximos começa tipicamente como um
nódulo pequeno e duro num dedo que aumenta de tamanho lentamente e depois forma
uma úlcera. Durante os dias ou semanas seguintes, a infecção propaga-se através
dos vasos linfáticos do dedo, da mão e do braço e chega aos gânglios, formando
nódulos e úlceras ao longo do trajecto. Em regra não há outros sintomas.
Uma
infecção pulmonar, geralmente naqueles que sofrem de alguma outra doença
associada (como enfisema), pode causar pneumonia, com uma ligeira dor no peito
e tosse. Com menos frequência, pode ocorrer uma infecção em outras partes do
corpo, como os ossos, as articulações, os músculos ou os olhos. Raramente se
verifica uma infecção do baço, do fígado, dos rins, dos órgãos genitais ou do
cérebro.
Diagnóstico e
tratamento
Os característicos nódulos e ulcerações
permitem ao médico suspeitar de que uma pessoa sofre de esporotricose.
O diagnóstico é confirmado cultivando e
identificando o Sporothrix nas amostras de tecido infectado ou
de pus.
O tratamento clássico da esporotricose
linfocutânea é o iodeto de potássio, por via oral em
solução saturada. A eficácia e o seu baixo custo tornou-o uma opção favorável
especialmente em países em desenvolvimento. No entanto exige uma toma diária
durante 3 a 4 semanas com efeitos adversos muito frequentes, tais como erupção
cutânea, congestão nasal e inflamação dos olhos, boca e garganta.
A esporotricose que afecta a pele
costuma espalhar-se muito lentamente e raramente é mortal. A infecção cutânea é
tratada com itraconazol
por via oral, fármaco actual de eleição pois mostrou-se seguro e altamente
eficaz em pequenas doses. Se a infecção se propagar por todo o organismo e
puser em perigo a vida da pessoa, administra-se anfotericina B por via endovenosa; no entanto,
segundo os resultados obtidos em grande número de casos, o itraconazol oral
revela-se de eficácia igual ou mesmo superior.
Tratamento não farmacológico
A aplicação local de calor também se mostrou
eficaz.
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