Onicomicose


Infeções Fúngicas Cutâneas:

A pele (e seus anexos) é a parte mais propensa a ser afectada por uma infecção fúngica pois está em contacto directo com o ar onde circulam livremente diversos tipos de fungos. Deste modo as infecções cutâneas são algumas das infecções fúngicas que ocorrem mais regularmente.

Onicomicose


Etiologia


As onicomicoses constituem manifestações muito frequentes na prática dermatológica. Elas são caracterizadas pelo crescimento de fungos nas unhas e dobrasperiunguiais (ao redor de uma unha.), sendo a lâmina atacada principalmente por dermatófitos. A infecção crônica das unhas das mãos e pés é também denominada tinea unguium.

Os agentes causadores das onicomicoses dermatofíticas são os fungos do gênero Trichophyton e Epidermophyton. Os Microsporum, comprometem excepcionalmente as unhas. Nos humanos o, Trichophyton rubrum e Trichophyton mentagrophytes são os agentes mais comuns de onicomicoses.

As fontes de infecção podem ser o solo, animais, outras pessoas ou alicates e tesouras contaminados. As unhas mais comumente afetadas são as dos pés, pois o ambiente húmido, escuro e aquecido, encontrado dentro do calçado, favorece o crescimento dos fungos. Os fungos irao crescer alimentando-se da queratina que constitui as unhas.

Manifestações clínicas


http://dermatologia.net/novo/base/fotos/onicomicose.jpgExistem várias formas de manifestação das onicomicoses. Veja abaixo alguns dos tipos mais frequentes:  

·         Descolamento da borda livre: a unha descola do seu leito, geralmente iniciando pelos cantos e fica ôca. Pode haver acúmulo de material sob a unha. É a forma mais frequente. 

 

 

·         http://www.micologia.com.br/imagens/onicomicose4.jpgEspessamento: as unhas aumentam de espessura, ficando endurecidas e grossas. Esta forma, pode se acompanhar de dor e levar ao aspecto de "unha em telha" ou "unha de gavião".

 

 

·         Leuconíquia:  manchas brancas na superfície da unha. 

 

 

·         Destruição e deformidades: a unha fica frágil, quebradiça e se quebra nas porções anteriores, ficando deformada. 

 

·         http://www.micologia.com.br/imagens/onicomicose6.jpgParoníquia ("unheiro"): o contorno ungueal fica inflamado, dolorido, inchado e avermelhado e, por consequência, altera a formação da unha, que cresce ondulada e com alterações da superfície. 

 

 

 

 

Tipos de Onicomicose


Distinguem-se diferentes tipos de onicomicose de acordo com os sinais e sintomas que manifestam:

Onicomicose tricofítica:

            O fungo compromete uma ou mais unhas, muito raramente todas; as dos pés são mais frequentemente afetadas. A infecção é rara na infância e mais comum em adultos.

            A oníquia (inflamação da matriz unguial) tricofítica é indolor, seca, não se acompanha de paroníquia ( inflamação supurada na margem da unha) e inicia-se pela borda livre ou lateral da lâmina unguial, o que permite diferenciá-la das onicomicoses por leveduras e piogênicas, que começam pelas dobras ungueais e secundariamente determinam alterações da lâmina, pelo comprometimento da matriz.

            Aparecem manchas pardacentas, escuras ou esbranquiçadas. Depois, o aspecto da unha depende da conservação da camada externa da lâmina.

            A unha torna-se espessa, opaca, estriada, quebradiça na borda livre; se a camada externa é friável e com fissurações longitudinais, a lâmina unguial apresenta-se esponjosa, erosada, com destruição mais ou menos acentuada, que, entretanto, respeita a lúnula ( área branca da unha perto da raiz).

            Frequentemente, a lâmina unguial é destacada do leito por hiperceratose subunguial ( hipertrofia da camada córnea da pele localizada abaixo da unha).
            A evolução é crônica, podendo prolongar-se durante anos.

 

Onicomicose fávica:

            Produzida pelo Trichophyton schoenleini, apresenta aspecto semelhante ao das demais oníquias tricofíticas. Pode iniciar-se por manchas amareladas na lâmina unguial. Costuma localizar-se nos dedos das mãos, sendo excepcional nos pés. A infecção unguial resulta de auto-inoculação, a partir de lesões do couro cabeludo, a partir de lesões do couro cabeludo ou do corpo. É excepcional no Brasil.

 

Oníquia e Paroníquia devidas a leveduras:

            A Candida albicans e raramente outras leveduras podem produzir paroníquias e, secundariamente, oníquias. São afetados um ou mais dedos das mãos, raramente os pododáctilos (aos dedos dos pés). A princípio, forma-se coleção puriforme nas dobras unguiais que se tornam vermelho-vivo e dolorosas, às vezes acompanhadas de adenite axilar.

            Em alguns dias, o exsudato começa a ser eliminado, atenuando-se o caráter inflamatório. Todavia, subsistem edema e eritema de tonalidade arroxeada das dobras, descoladas em extensão de 1 a 2 mm e fazendo nítido relevo sobre a lâmina unguial. Pela compressão surge gotícula puriforme entre as dobras e a unha. Nesta, com o tempo, aparecem sulcos transversais de cerca de 1 mm, paralelos, dando-lhes aspecto ondulado e manchas escuras, circulares ou ovais.

 

 

 

Diagnóstico


            Inicialmente faz-se um diagnóstico diferencial por despistagem das oníquias secundárias ao eczema e processos periunguiais pois, nestes dois caos, as unhas apresentam estrias transversais (linhas de Beau) e não há destruição à partir da borda livre.

            Em caso de dúvida, o diagnóstico é esclarecido pelo exame micológico. Este é feito pelo exame direto do raspado das lesões, quando são observados artrósporos e hifas septadas nas infecções por dermatófitos. Esses fungos crescem na cultura em meio de Sabouraud, e cada espécie tem características próprias.

             

 Tratamento


            O tipo de tratamento vai depender da extensão da micose e os medicamentos utilizados para o tratamento podem ser de uso local (cremes, soluções ou esmaltes) mas em casos mais avançados faz-se tratamento baseado numa terapia medicamentosa oral.

            As melhoras não são imediatas pois dependem do crescimento da unha, que é muito lento. Pode demorar até um ano para que a unha cresça e renove totalmente desaparecendo todo e qualquer vestígio de infecção. Até esta altura é necessário manter o tratamento para garantir o seu sucesso e evitar que a infeção recomece a proliferar pela unha. Porém o grande tempo de tratamento leva a que muitas vezes o paciente abandone a terapia.

            Além disso, para se conseguir a cura dessas afecções, é imprescindível corrigir os fatores predisponentes e\ou agravantes que porventura existam

            Em comparação com as drogas anti-fúngicas utilizadas antes da década de noventa (griseofulvina e cetoconazol), a evolução terapêutica dos últimos anos, com o surgimento de drogas para uso tópico, oral e/ou parenteral, como a amorolfina, ciclopirox, itraconazol, terbinafina, fluconazol, entre outras, tem permitido índices muito maiores de cura, menor tempo de tratamento e maior segurança para os pacientes.   

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